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Indulgência

  • Foto do escritor: Maíra Colombarolli
    Maíra Colombarolli
  • 6 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de set. de 2020

Até agora, aprendemos que disciplina e autocontrole são:

  1. Mais fáceis para pessoas com perfil naturalmente mais obsessivo

  2. Podem exacerbar a tendência ao perfeccionismo

  3. Dependem de motivação e muita energia

  4. Muitas vezes superam a nossa disponibilidade de energia mental e causam exaustão

(Leia os posts anteriores para entender)


Sabemos também que nosso cérebro é naturalmente programado para a preguiça e buscará sempre a forma mais fácil pra fazer alguma atividade. Diante disso, o excesso de demandas por atenção e controle gera um estado mental de estresse. E o que pouca gente entende é que essa sobrecarga de estresse é um dos fatores pelos quais a gente não consegue manter o controle durante tanto tempo em um objetivo que exija muita energia.


A autoindulgência, isto é, o modo desligado e permissivo, em que nos autorizamos tudo e mais um pouco, são uma estratégia para compensar o estresse e buscar um pouco de alívio e um estado mental relaxado. Esse é o famoso “pau da barraca” que é chutado após semanas de dieta restritiva, trabalho intenso, treinos pesados, estudos aprofundados. A autoindulgência vem nas entrelinhas do “hoje pode” ou do “eu mereço”. São aqueles momentos de relaxamento total, de hedonismo completo.


O problema da autoindulgência não é a autorização para ter momentos de prazer. A questão é que viver nos extremos do autocontrole impecável e exaustivo necessariamente vai nos levar ao outro extremo, do desligamento total e inconsequente. O resultado disso é a alimentação do ciclo de culpa e de autojulgamento. Aos poucos, os momentos de prazer passam a ser misturados com aquele sentimento de fracasso, e lá no fundo da mente fica aquela voz que diz “você tá fazendo tudo errado” e te fazendo acreditar que tudo isso é falta de vergonha na cara, indisciplina e falta de força de vontade.


Você já observou quantas coisas está tentando dar conta ao mesmo tempo? E quem te deu essa lista de coisas como metas? Será que você está sendo justo com os seus limites e suas condições, e se exigindo na medida das suas capacidades, ou está tentando atender a parâmetros irreais?


 
 
 

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Maíra Colombarolli

Especializada em Neuropsicologia Clínica, Psicóloga por formação, pesquisadora por vocação.

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